Na véspera de um novo aniversário do golpe de Estado RAE ARGENTINA AO MUNDO

Filha de vítimas da ditadura é atacada e ameaçada de morte

Dois indivíduos atacaram a integrante do grupo após forçar a porta da sua casa. Na ocasião foi enviada uma mensagem intimidadora: “Não estamos aqui para roubar você, estamos aqui para te matar. Nos pagaram para isso.” E, ao saírem, deixaram a sigla “VLLC” pintada nas paredes da casa, em alusão ao slogan libertário: “Viva a liberdade, caralho” –frase com a qual encerram os atos políticos os membros do partido governista.

A Rede Nacional do Grupo HIJOS (conformada por filhos e filhas de detentos-desaparecidos durante a última ditadura sofrida na Argentina, de 1976-1983) informou que uma das suas integrantes foi agredida por dois indivíduos que a abordaram dentro de sua casa, onde foi “amarrada, espancada, abusada sexualmente e ameaçada de morte”, segundo o comunicado.

O grupo afirmou que os agressores entraram na sua casa depois de forçarem a porta e transmitiram uma mensagem intimidadora: “Não estamos aqui para te roubar, estamos aqui para te matar, nos pagam para isso”.

A entidade de defesa dos direitos humanos indicou em um texto divulgado nas redes sociais que a identidade da vítima está sendo “preservada” e considerou que se tratou de “um ataque político”.

“Estes acontecimentos têm uma correlação clara com as ações e discursos de ódio que as mais altas autoridades do país expressam diariamente e incitam à violência contra aqueles de nós que militamos pelos direitos humanos. Da Rede Nacional de HIJOS exigimos o esclarecimento imediato do fato por parte do poder judiciário e responsabilizamos o governo nacional pelos fatos ocorridos”, observaram na comunicação divulgada pelo grupo HIJOS.

Nesse sentido, lembraram que “faltando apenas alguns dias para o aniversário do golpe de Estado, afirmamos que o nosso povo disse: “Nunca Mais. Memória, Verdade e Justiça, sempre”.

A Argentina comemora um novo aniversário do início do golpe de Estado no domingo, 24 de março. Conhecido como Dia da Memória, da Verdade e da Justiça, o dia é feriado nacional e são realizadas manifestações contra o regime militar em todo o país.

O governo de Javier Milei não planeja nenhum evento oficial para este Dia da Memória.